Bom, finalmente um filme do Chaplin aqui nos meus filmes inesquecíveis. O que falar de "O Grande Ditador", que ninguém mais saiba? Para mim é a sua obra prima máxima. Uma comédia política perfeita, sem falar nas caracterizações de Hitler e Mussolini, totalmente soberbas. Foi seu primeiro filme falado, fato importantíssimo se lembrarmos que ele resistiu com o filme mudo até o fim. E, justamente por ser seu primeiro filme falado, ele lançou mão do discurso na parte final do filme, justamente para denunciar de forma desesperada toda a loucura de sua época, já que o filme foi feito em 1939, exatamente o ano em que começaria a Segunda Guerra Mundial. Jamais o nazismo fora denunciado com tanta volúpia, num tempo em que muitos ainda não tinham acordado para a verdadeira ameaça que esse regime traria para o mundo. Chaplin foi acusado de estar exagerando em suas acusações. Mas quando a guerra começou e, mais tarde, todas as barbaridades do holocausto foram denunciadas, aí sim todos puderam perceber o quanto aquelas palavras do barbeiro judeu de "O Grande Ditador" eram um grito de alerta para o mundo. Lamentavelmente, Chaplin não foi escutado a tempo. Mas, após tudo isso, ele alcançou o status de gênio. Em sua homenagem, vamos aqui colocar algumas imagens do filme...
Blog Mantido por Carlos Eduardo Lohse Rezende. Aqui serão feitas algumas reflexões e tentativas de se escrever alguma coisa que preste ou faça sentido. Me perdoem se eu não conseguir...
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
A Prostituta da Noite
Era noite.
Andava eu em maio ao cais, desolado.
Ao fundo, o mar pouco se mexia
no negro aveludado.
Ratazanas agitadas desafiavam minha humana hierarquia.
Madeiras podres
exalavam fortes odores.
A decadência total sem prévios rumores.
Mas, ao fundo do cais
surgiu uma figura translúcida, quase opaca.
Barbarizada pelos ventos de sais,
a prostituta se revelava quebradiça e fraca.
Lançava para mim um sorriso sedutor,
dizendo que me daria prazer, jamais dor.
Queria dinheiro e não compromisso.
"Aproveite! Entre minhas pernas, há um portal para o paraíso!"
Olhei no fundo de seus olhos
e vi toda uma história de vida:
infância sofrida,
violada pelo pai,
sem poder dizer ai,
trabalhando para ajudar
a mãe a família a sustentar,
usada e abusada por homens que não vão pagar.
Não aguentei, uma lágrima saiu
e o sorriso da prostituta sumiu.
"Babaca!", ela me chamou
e no véu noturno ela se embrenhou,
enxugando outra lágrima,
a lágrima que nos torna humanos,
que nos tira da loucura máxima
e desperta sentimentos não profanos.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
A Autopiedade - Série Obscura
Encerro hoje a minha pequena série obscura, de quatro poesias, sobre os defeitos humanos. Que eu tenha conseguido exorcizar todos os demônios que me atormentam (embora eu ache que isso vá ser muito difícil). De qualquer forma, vamos falar hoje sobre a autopiedade (pena de si mesmo):
Pobre de mim!
Sou um coitado!
A vida é uma crueldade sem fim!
E sou sempre vitimado!
Sou perseguido por todos!
Vejo conspiração em toda a parte!
Minha existência nada tem de arte.
É apenas um fluxo interminável de enjoos.
Por que o mundo me odeia?
O que fiz de mal contra quem me cerceia?
Assim que vi a perseguição, apenas fugi
e aí mais atrás de mim correram, nunca vi.
Dando explicações injustificadas,
falando coisas erradas.
Eu juntava um pouco de coragem e, grosseiro, retrucava,
e a pessoa fechava a cara e se afastava.
Desde então, a mim próximo fica
em estado de revolta explícita.
Será que falei algo de errado?
Por que todo esse estado?
A vítima aqui sou eu!
Ninguém sabe quem mais sofreu.
Portanto, tenho o direito de temer
e a quem eu quiser desmerecer.
Concluindo essas linhas, continuo sem uma coisa entender:
por que não gostam de minha pessoa e me fazem padecer.
Será que é verdade aquele negócio
de que o medo gera a mentira e o ódio?
Será que a culpa não é minha,
dessa trajetória tão sem linha?
Não, isso ser não pode,
pois a autopiedade é a minha ode.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Meus Filmes Inesquecíveis (3) - O Filho do Sheik - Série Iconográfica
O meu filme inesquecível de hoje é O Filho do Sheik, com Rodolfo Valentino e Vilma Banky. Ele é de 1926 e é uma continuação de O Sheik, rodado em 1921. É o último filme de Valentino antes de sua morte súbita em 1926, provocada por uma crise de apendicite. Valentino foi o primeiro Latin Lover do cinema e suas caras e bocas que hoje podem nos parecer muito ridículas provocavam delírio entre suas fãs. Um outro detalhe que a gente pode falar desse filme é a presença da atriz Vilma Banky, que era conhecida como a Rapsódia Húngara, por ser originária justamente da Hungria. Assim como Valentino, que era italiano, Banky era outra atriz estrangeira que fazia muito sucesso em Hollywood, mas teve que abandonar a carreira depois do cinema falado em virtude de seu forte sotaque. Valentino não viveu o suficiente para passar por isso. O filme é marcado por figurinos lindíssimos, pelas lutas muito engraçadas para nossos olhos atuais, consequência dos dezesseis quadros por segundo da época que aceleravam o movimento dos atores e, principalmente, pelo lindíssimo rosto de Vilma Banky, na minha modesta opinião, a atriz mais linda da história do cinema. Isso me dá outra ideia aqui para a série iconográfica: minhas atrizes inesquecíveis. Vou explorar isso no futuro. Por hora, fiquem com algumas imagens de O Filho do Sheik (obs.: as fotos onde Valentino aparece com uma mulher mais gordinha são do filme O Sheik, de 1921, e essa atriz gordinha é a Agnes Ayres).